Se não fosse necessário para a minha existência que todos os meus sentimentos fossem intensos, talvez eu sofresse menos. Se não fosse necessário me sentir intenso em todas as minhas formas, talvez eu sofresse menos. Talvez eu sentisse apenas o luto de me perder em uma parte de mim e sofresse por isso, ao invés de já me ver querendo amar.
Se não fosse necessária a necessidade de amar e sentir o amor em todos os seus estágios e fases, talvez eu sofresse menos.
Mas de que valeria a vida se eu sentisse pouco? De que valeria para mim sentir-me pouco? Talvez — e digo talvez — eu não fosse o que sou, nem fosse capaz de tudo isso. Nem seria o tanto que sou, no tanto que sou enquanto vivo e enquanto sinto. Nem seria eu. Nem seria metade do que sou.
Se não fosse necessário ter todo esse sentimento, tenho certeza de que eu nem existiria.
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