História de Um Casamento: 18 de maio.

Eu ainda não sei onde foi parar o seu olhar. Hoje percebi que também não sei sobre o meu. Mesmo sabendo que preciso, pelo menos, tê-lo direcionado para mim. Eu te amo, isso é óbvio. Mas, por conta de tudo, tenho que tomar decisões baseadas em visões que não tive antes. Isso é necessário.

Seu afastamento é nítido. É perceptível como você tem me tratado e como tem se comportado. Eu entendo. É o fim. Só que não nego que dói. Sua voz longe, sua mente em confusão, o corpo em reação.

Parando pra pensar, me preocupei tanto em respeitar o seu espaço que esqueci do meu. Esqueci que também precisava me sentir bem. Tentando ser o seu herói atrasado, me tornei meu vilão antecipado. E, pensando assim, quem vai me salvar no final? Quem vai estar por mim quando o fim desse caminho finalmente chegar? Quem vai estar por mim quando você se for?

Me ergo. Caio. Me reergo. Caio outra vez. É um monte.

Será que uma distância maior é a resposta? Se sim, será que vou ficar bem com essa proposta? Eu não sei. Será que, me envolvendo mais com os seus problemas, conseguirei sair dos meus? Eu não sei. Só sei que te ver assim é triste. Que a solidão é triste. Que o fracasso é triste. E viver sem você é o resumo do que, pra mim, é triste demais.