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História de Um Casamento: 20 de maio.

  • Foto do escritor: João Paulo Rodrigues
    João Paulo Rodrigues
  • 29 de mai.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 29 de mai.

Demorei... eu demorei a acreditar. Hoje eu vejo; eu preciso me adaptar. É estranho ver o olhar dela e ter que me acostumar com esse acordo, me acostumar com esse fim.

Eu quis tanto… eu quis tanto que tudo fosse diferente.

Eu quis muito. Quis que ela mudasse a forma como me olha.

Eu quis demais que eu fosse um pouco mais.


E agora só me resta aceitar, mesmo sem entender, mesmo sem conseguir enxergar como a gente chegou até aqui.

E há momentos que me sinto culpado. Com pensamentos de que eu podia ter cuidado melhor de nós dois, que eu deveria ter sido melhor para nós dois. Toda essa culpa que, de alguma forma, não sai da minha cabeça. É errado me sentir assim?

É triste, eu sei que é. Dolorido, eu sei que é. São consequências, eu sei. Mas, é errado?


E eu sei… eu sei bem… eu sei que não foi repentino.

Não veio do nada. Não foi em silêncio. Os gritos estavam ali. Eu demorei pra ouvir?

Nessa demora eu repasso, em silêncio, cada detalhe… cada cena… procurando onde… onde foi que eu perdi de vista. Onde foi que eu deixei ruir?


Eu tento, tento, tento a cada instante não pensar. Tento não pensar em nela, não pensar em nós dois. Mas como silenciar uma dor tão recente?

Como silenciar a intensidade de tantos anos juntos? Como? Se eu ainda amo?


Às vezes, penso que eu deveria ter lutado mais, ter falado menos, ter pensado mais. Ou simplesmente ter abraçado mais forte, por mais tempo. Ter agarrado em meus braços e não ter soltado. Sem deixar escapar uma mínima lágrima.


Se tudo isso de alguma forma vai deixá-la bem… então, eu abandono por um tempo minhas convicções. Me deixo sofrer. Por que ela fique bem. Eu anulo. Eu anulo. Me faço vilão dessa história.

E o quanto será que isso vai me custar?


Prefiro carregar esse peso. O peso da culpa. Mas, o que será que isso vai me custar?

Além de todas essas incertezas, o que me resta é admiração, carinho. Só coisa boa, sabe?

Mesmo que agora, a gente siga por caminhos diferentes, eu quero que todo mundo saiba, que eu continuo torcendo pela felicidade dela. Mesmo de longe. Mesmo que nos braços de um outro qualquer.


Que o tempo me ajude e me ilumine. Mais do que nunca preciso.

De paz, de cura, de coragem.

E ainda mais por saber que a amo. E por saber como vai ser difícil esquecer.

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Artista | JOÃO PAULO RODRIGUES  | todos os direitos reservados

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