Labirinto

Viu a lágrima correr. Uma corrida sem pressa. Corrida da vida e também por viver. Pela ausência da paixão. Pela presença da solidão. Pelo labirinto de um quarto vazio, viu o mundo silenciar. Silêncio sem pressa. Silêncio que faz gritar. Sons de um coração batendo no peito. Batidas na porta do desejo, que não vê ninguém entrar.

Lembrou-se de amar. Lembrou-se do que era o amor. Sentiu o peito pulsar mais forte com tantas lembranças. Viu a lágrima correr outra vez. Uma corrida sem pressa. E o coração partido lembrou de um beijo partido. Que se foi e não ousou mais voltar. Que fez imaginar uma loucura em um labirinto dentro de um quarto vazio.

A flor solitária em um vaso rachado. E ninguém pode prever o que irá acontecer. Na corrida sem pressa, pede urgência para chegar. Não espera previsão do que pode acontecer. Apenas quer que aconteça.