Era breve e sabia. Ainda assim, não queria o fim. Frágil, tinha ciência disso, mas sempre lutava.
Beijava os pequenos com frequência. Abraçava os pais e a lealdade. Depois das lágrimas, sorria. No frio, ainda sonhava.
Anotava os destinos nos presentes. Eram promessas. Sabia que não podia deixar nada para trás. Fiel à palavra que dera.
Por um tempo, rejeitaram o que acreditava como felicidade. Também rejeitou o que outros pensaram ser felicidade.
O corpo calado do caminho. O sorriso que ocultava a tristeza que antecedia o caminho e a noite anterior. Assim era a rotina. Era o percurso do trágico cotidiano.
Era importante e sabia. Ainda assim, pensou no fim. Mesmo sentindo os beijos dos pequenos, os abraços dos pais e da lealdade, pensou no fim.
Mesmo sabendo que era presente, pensou na brevidade e no toque que interrompe o caminho. Era o destino, mesmo sem controlá-lo.
Suspirava o futuro, ouvia o medo, mas não quis aceitá-lo. Ainda era tempo e sabia. Sem controle do acaso, mesmo não acreditando em acaso. Quis viver.
Era muito e sabia. E muito também quis ser.
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